Acetilcolina
Por Débora Carvalho Meldau |
Este neurotransmissor é liberado por:
- Todas as fibras pré-granglionares no sistema nervoso autônomo e aquelas da medula da adrenal;
- Fibras pós-ganglionares parassimpáticas que se dirigem para o órgão efetor;
- Algumas fibras simpáticas de vasos em músculos esqueléticos.
Desde que foi descoberto, o NO tem sido relacionado a funções como a citotoxicidade do macrófago, relaxamento intestinal não-adrenérgico não-colinérgico, neurotoxicidade e plasticidade no hipocampo e cerebelo. Além disso, o NO libera pelo endotélio medeia a vasodilatação causada por uma série de autacóides (hormônios locais), através da ativação da guanililciclase, que eleva as concentrações do GMPc (guanosina monofosfato cíclico).
Biossíntese da Acetilcolina
A biossíntese desse neurotransmissor por parte dos neurônios colinérgicos se dá pela acetilação da colina, catalisada pela enzima colina-acetiltransferase (CAT), com acetil coenzima A (acetil-CoA) funcionando como doador de grupos acetil.A colina é ativamente transportada para o axoplasma do neurônio a partir de sítios extraneuronais por um processo de captação de colina de alta e baixa afinidade. O sistema de alta afinidade pode sofrer inibição pelo hemicolínio.
Liberação de Acetilcolina
Acredita-se que a ACh seja liberada nas placas motoras terminais das junções neuromusculares, em quantidades constantes, ou vesículas. Quando o potencial de ação alcança a terminação nervosa motora, há liberação sincrônica de 100 ou mais vesículas de ACh.A despolarização de uma terminação nervosa possibilita o influxo de cálcio através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de cálcio facilita a fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática da terminação nervosa, resultando na extrusão do conteúdo das vesículas.
Interrupção das Ações da Acetilcolina
A acetilcolina é rapidamente hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase (AChE). Esta última, também conhecida como colinesterase específica ou verdadeira, é encontrada em neurônios colinérgicos, nas adjacências das sinapses colinérgicas e em outros tecidos. É altamente concentrada na junção neuromuscular. A hidrólise da acetilcolina ocorre também ao redor das terminações nervosas.O sítio ativo de AChE consiste em um sítio aniônico, que interage com um grupo nitrogênio quaternário da molécula de AChE, e um sítio esterásico, que interage com o grupo éster da ACh e o hidrolisa.
A butirilcolinesterase, também conhecida como pseudocolinesterase ou esterase sérica, está presente em diversos tipos de células gliais. É especialmente encontrada no plasma sanguíneo e no fígado.
Embora ambos os tipos de enzima sejam capazes de hidrolisar a acetilcolina, eles podem ser diferenciados por suas taxas de hidrólise da pseudocolinesterase.
Nas placas terminais motoras da musculatura esquelética, a maior parte das AChE encontra-se na superfície e nas invaginações da membrana pós-juncional.
A ação da AChE é imediata, sendo que aproximadamente 90% da ACh liberada podem ser hidrolisadas antes de chegar na membrana pós-sináptica. Os produtos de degradação são ácido acético e colina. O primeiro é rapidamente recaptado para as diferentes vias bioquímicas no interior do citoplasma, enquanto que a segunda é ativamente transportada de volta para a terminação nervosa, local onde será novamente reutilizada na síntese de ACh.
Efeitos
No sistema cardiovascular, a ACh é responsável por:- Vasodilatação;
- Redução da freqüência cardíaca;
- Diminuição da força de contração cardíaca;
- Queda da condução nervosa no nodo sinoatrial e nodo atrioventricular.
Os receptores neuronais de ACh encontram-se espalhados no sistema nervoso central e sistema nervoso periférico, onde atuam como receptores inotrópicos (que de acordo com a tradução da terminologia inglesa significa canais iônicos de abertura ligante-dependente), uma das duas grandes classes de receptores transmembrana.
Os receptores de ACh são divididos em duas classes:
Receptores nicotínicos: são canais iônicos controlados por ligantes pelo mecanismo de portões e sua ativação leva a um rápido aumento na permeabilidade celular ao Na + e K+, despolarização e excitação (abertura rápida do canal iônico). Os receptores nicotínicos são proteínas pentaméricas compostas por, no mínimo, duas subunidades distintas (α e β). Nos humanso, oito variantes de subunidade α foram observadas e três subunidades β. Cada subunidade contém múltiplos domínios transmembrana e as subunidades individuais circundam um canal interno. Estes receptores são encontrados na periferia e na junção neuromuscular e na sinapse ganglionar, e também no cérebro, local onde a ACh é um neurotransmissor.- Receptores muscarínicos: estes são metabotrópicos e encontram-se associados a uma proteína G. Cinco subtipos de receptores muscarínicos foram detectados por clonagem molecular. Todavia, os receptores definidos farmacologicamente através da ação de antagonistas são três apenas (M1, M2 e M3). Os receptores M1 são encontrados nos gânglios autônomos, em neurônios do sistema nervoso central e nas células parietais gástricas e aparentemente medeiam os efeitos excitatórios da ACh. Esta excitação é gerada por redução na condutância ao K+ e pela inibição dos canais de cálcio. Os receptores M2 e M3 localizam-se nas glândulas secretoras, músculo liso e no sistema nervoso central. Relacionam-se com os efeitos excitatórios da ACh.
Os inibidores dos receptores de ACh, como, por exemplo, a atropina, causam relaxamento na musculatura e outros efeitos, devendo ser utilizado com cautela.
A ACh também é responsável por causar os seguintes efeitos no organismo: broncoconstrição, dilatação de esfíncteres no trato gastrointestinal, sudorese, aumento da salivação e miose.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acetilcolina
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/neurotransmissores.htm
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.