quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Jucá confirma proposta do governo que destina CPMF integral para a saúde

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), confirmou nesta quarta-feira a proposta do governo federal que destina integralmente a arrecadação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para a área da saúde. Segundo o líder, o objetivo do governo com a proposta é sensibilizar o PSDB para votar favoravelmente à manutenção do "imposto do cheque".

"Essa é uma proposição do conselho de secretários de saúde dos Estados, dos governadores e prefeitos, e o governo quer saber se essa também é a posição do PSDB, ou seja, essa proposição que está na mesa traz a oposição para votar com o governo na renovação da CPMF? Se trouxer é um caminho para nós discutirmos e ainda dá tempo para um entendimento", disse o líder.

Jucá reconheceu que o governo ainda não possui os 49 votos necessários para garantir a aprovação da CPMF no plenário da Casa. "Se nós não tivermos os votos, a oposição que se responsabilize pela queda da CPMF e pelas conseqüências que isso implica", disse.

Na noite desta terça-feira, a bancada do PSDB se reuniu por mais de duas horas para analisar a proposta oferecida pelo governo. Depois de muita discussão, os tucanos decidiram manter a postura contrária à prorrogação da CPMF --embora alguns senadores tenham demonstrado a intenção de votar favoravelmente à matéria após a contrapartida do governo.

A bancada do PSDB no Senado é composta por 13 senadores. Se parte dos tucanos votar favoravelmente à CPMF, o governo conseguirá os votos necessários para prorrogar a CPMF.
Em busca de apoio da oposição, o governo propôs nesta terça-feira destinar integralmente os recursos arrecadados com a CPMF para a saúde. Hoje, somente 0,20 da alíquota de 0,38% vai para a saúde.

Divisão

Em meio à incerteza dos tucanos, a bancado do DEM no Senado mantém a disposição de votar contra a prorrogação do "imposto do cheque". O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que não há chances de traições na bancada. "Não vai acontecer. Como eu posso acreditar que um senador que fechou questão [contra a CPMF] vai votar contra sua própria decisão? Seremos responsáveis pelo fim da CPMF", afirmou.

Maia disse que o PSDB tem autonomia para decidir isoladamente se apoiará ou não a prorrogação da CPMF. E ressaltou que "seria uma glória" se o DEM caminhasse sozinho contra a votação da matéria.

"Cada partido tem o seu programa e idéias. Se o PSDB tomar uma decisão diferente, é uma questão do próprio partido. A nossa é clara contra a CPMF", afirmou.

O presidente do DEM disse que não existe a possibilidade de o partido votar a favor da CPMF mesmo que o ministro Guido Mantega (Fazenda) "apareça vestido de papai noel" no plenário do Senado com ofertas para a prorrogação do "imposto do cheque". Maia lembrou que os democratas que não cumprirem a decisão partidária poderão sofrer punições na legenda. "A palavra liberdade é importante, mas as regras também são importantes."

Incerteza

Apesar do governo ainda não reunir os 49 votos favoráveis à CPMF, Jucá disse estar disposto a colocar a matéria em votação no plenário da Casa esta tarde. "Vamos votar hoje. Quando chegar na hora da votação, vamos ver se é aprovada ou não", afirmou.

O líder disse estar "tranqüilo e confiante" de que a CPMF será prorrogada. "Chegou a hora também da verdade, é importante saber quem é base do governo e quem não é, e o governo vai ter que conviver com isso. Esse é um drama que acaba hoje à tarde. Nós queremos saber quem está contra e quem está a favor do governo", afirmou Jucá.

Fonte: Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u354137.shtml

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Morre o primeiro homem que recebeu coração artificial permanente

03/12/2007 - 18h20

O primeiro paciente que recebeu um coração artificial permanente, um britânico de 68 anos, morreu em razão de falência múltipla dos órgãos, informaram seus parentes nesta segunda-feira. Ele recebeu o órgão durante transplante realizado em junho de 2000.

Peter Houghton, de Edgbaston (perto de Birmingham, centro da Inglaterra), morreu em 25 de novembro, informou John Lloyd, responsável pela entidade de caridade Heart Research UK e amigo do paciente.

Ele vivia há sete anos graças à um coração artificial, o "Jarvis 2000". Neste tempo, "levou uma vida plena", segundo Lloyd, que recordou os milhares de quilômetros que percorreram juntos.

"A meu ver, poderia ter vivido mais tempo se não tivesse tentado ser tão ativo", completou.

Houghton, que sofria de uma disfunção cardíaca, passou pelo transplante no hospital John Radcliffe de Oxford --em uma cirurgia que durou 14 horas. Na ocasião, os médicos deram a ele algumas semanas de vida.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u350911.shtml